22 de Junho - Nasce Ada Yonath nobel por pesquisas sobre o ribossomo


Ada Yonath é uma cientista israelense nascida em Geula, Jerusalém, que atua como cristalográfica no Weizmann Institute of Science, Rehovot, Israel, mesma instituição onde concluiu doutorado em cristalografia por raio X (1968), que dividiu o Prêmio Nobel de Química (2009) com Venkatraman Ramakrishnan (1952- ), pesquisador do MRC Laboratory of Molecular Biology, Cambridge, United Kingdom, e Thomas Steitz (1940- ), pesquisador do Howard Hughes Medical Institute, da Yale University, New Haven, CT, por pesquisas sobre a estrutura e função do ribossomo. Filha de sionistas judeus que imigraram para a Palestina antes do estabelecimento de Israel, onde seu o pai era um rabino, mas teve uma infância muito pobre, vivendo em moradas coletivas em Jerusalém. Embora sacrificados, seus pais a enviaram para uma escola no requintado e vizinho bairro de Beit Hakerem o que lhe assegurou uma boa educação. Após a morte do pai, a família se mudou para Tel Aviv e ela foi aceita na escola secundária Tichon Hadash, embora a mãe dela não pudesse pagar a instrução. Para pagar os estudos, ela dava aulas particulares de matemática para estudantes e até colegas. Fã da cientista franco-polonesa Marie Curie, ela voltou para Jerusalém para cursar faculdade e se formou na Universidade hebréia de Jerusalém com um bacharelado em química (1962) e um mestrado em bioquímica (1964). Quatro anos depois (1968), ela ganhou um Ph.D. em radiografia de cristais no Instituto de Ciências Weizmann. Ela tem uma filha, Hagit Yonath, doutora do Centro Médico Sheba, e uma neta, Noa. Prima do ativista anti-ocupação, Dr Ruchama Marton, ela pediu a liberação incondicional de todos os prisioneiros de Hamas, sob o argumento de que o cativeiro de palestinos encoraja e perpetua a luta deles contra Israel e seus cidadãos.  O comitê do prêmio afirma seu reconhecimento das pesquisas sobre um dos "processos centrais da vida": a tradução, realizada pelo ribossomo, da informação contida no DNA, conferindo-lhe vida. Os ribossomos traduzem o código genético para a produção de proteínas, que são os blocos que constroem e controlam a química de todos os organismos vivos. Como os ribossomos são cruciais para a vida, também se tornaram um alvo preferencial para o desenvolvimento de novos antibióticos, que combatem variedades de bactérias que desenvolveram resistência aos antibióticos tradicionais. Muitos dos antibióticos usados hoje em dia curam várias doenças bloqueando as funções de ribossomos de bactérias, evitando que estas bactérias produzam novas proteínas que precisam para sobreviver. O trio premiado nesta quarta-feira mostrou a aparência e o funcionamento do ribossomo em nível atômico. Eles empregaram um método batizado de cristalografia de raio X para mapear a posição de cada um dos milhares de átomos. Eles geraram modelos de 3-D que mostram como diferentes antibióticos se ligam ao ribossomo, desativando bactérias, por exemplo. No anúncio do prêmio, durante entrevista coletiva na Real Academia Sueca de Ciências, os três cientistas foram descritos como os guerreiros na luta contra o crescente número de infecções bacterianas incuráveis.. O prêmio total de 10 milhões de coroas suecas ou cerca de US$ 1,4 milhão, foi dividido igualmente pelos três cientistas. Ela, aos 70 anos de idade, foi a quarta mulher a receber o Nobel de Química. Diretora do Helen and Milton A. Kimmelman Center for Biomolecular Structure and Assembly do Weizmann Institute of Science, além do Nobel recebeu muitos outras honrarias, entre elas o Wolf Prize in Chemistry (2006) e o L'Oréal-UNESCO Award for Women in Science (2008).

Pedro Lemos

Doutorando em química.

Química Básica - Tabela Periódica