Cientistas da Universidade de Montreal desenvolveram um medicamento capaz de reduzir recordações ruins. Não é exatamente como ocorre no filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, mas é perceptível que a droga consegue modificar a memória ativa.
Metirapona – o medicamento utilizado – não é uma droga nova, seu uso já foi muito comum no tratamento de pacientes com insuficiência adrenal. A novidade está na descoberta do efeito sobre os hormônios do estresse. A droga diminui os níveis de cortisol, que é um esteroide produzido pela glândula adrenal em resposta ao estresse. Os testes iniciais indicaram que a alteração na quantidade desse hormônio no corpo humano em um momento de estresse pode prejudicar a memória, possivelmente de maneira definitiva.
A técnica é bastante diferente das manipulações neurológicas exploradas há alguns anos. O estudo contou com um experimento em que os indivíduos recebiam doses do medicamento e lhes era contada uma história com elementos neutros e negativos. Posteriormente os participantes foram questionados sobre os detalhes da história. Os resultados mostraram que as pessoas que ingeriram Metirapona não recordaram de vários aspectos da narrativa. Já o grupo que recebeu placebo lembrou.
Os experimentos ainda estão em estágios iniciais, mas já sugerem uma promessa real principalmente no tratamento da Síndrome de Estresse Pós-traumático.
Fonte: Jornal Ciência
